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A luta é pela Paz e contra todas as discriminações - 8 Março 2022

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Por Jorgete Teixeira,  Manuela Tavares  e Maria José Magalhães Neste dia sinalizado como o Dia Internacional das Mulheres, chegam-nos à memória os caminhos partilhados pelas mulheres ao longo dos séculos. As greves de protesto, as manifestações, os diferentes palanques onde gritaram pelos seus direitos, onde enfrentaram as forças repressivas, a agressão ao seu corpo e à sua família, a prisão, a morte. Há atrás de nós um longo e penoso caminho de insubmissão, resiliência e coragem.  É a força das convicções sobre os direitos das mulheres, que sustenta anos e anos de lutas, na rua mas também em casa, pela igualdade de direitos, por melhores condições de vida, contra a dupla exploração da sua força de trabalho, contra o domínio do patriarcado, contra a violência a vários níveis, contra todas as discriminações. Mas apesar dos avanços e conquistas, é preciso um estado de alerta constante contra todos os retrocessos e um cerrar fileiras para fazer face a novos desafios que se c...

A luta contra o sexismo no desporto

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A denúncia do caráter sexista nos equipamentos de andebol de praia vem já de longa data. Fizeram-se cartas às respetivas federações nacional e internacional,  das quais não recebemos nenhuma resposta. Fizeram-se petições online, denúncias nas redes sociais. Mas parecia inamovível.  É importante dizer que o equipamento consta de um biquini quase "fio dental", e as atletas queixam-se que as filmagens incidem mais sobre os seus corpos do que sobre os movimentos da bola.  O sexismo vai a tal ponto que o regulamento relativo aos equipamentos explicita que a parte de baixo do biquini não pode "cobrir mais de 10 centímetros da parte superior das pernas". A justificação é para que haja "atratividade" e, daí, mais patrocínios! Mais claro que isto não pode ser a sexualização dos corpos das atletas.  Todavia, em 2021, a equipa norueguesa apresentou-se, este ano, no Campeonato Europeu na Bulgária, com um equipamento em que a parte de baixo do biquini é, de longe, bem ...

RAWA - Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão - apela: espalhem a notícia!

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Conheci uma feminista da RAWA — Revolutionary Association of Women of Afganistan (em português: Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão) — há vários anos atrás, quando veio reunir com a UMAR e estabelecer laços em conjunto para a luta feminista internacional. Infelizmente, não recordo o seu nome. Talvez também, mesmo que o recordasse, não o deveria escrever, pois não quereria colocar em perigo a sua vida.  Para além do seu saber e conhecimento sobre a realidade das mulheres afegãs, ela trazia também algumas peças de artesanato para vender como angariação de fundos. Comprei uma túnica linda, de um lilás violeta, bordada com a mesma cor. Ainda a conservo.  Sempre considerei a RAWA uma organização de mulheres muito corajosas. A organização foi fundada por, entre outras mulheres, Meena Keshwar Kamal. Meena (1956-1987) foi ativista em movimentos sociais, desde muito jovem. Em 1977, fundou a RAWA. Foi assassinada em 1987, por agentes da KHAD e seus cúmplices....

O valor do trabalho doméstico e do cuidado

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Foi noticiado, há poucos dias, um projeto liderado pelo CESIS (Centro de Estudos para a Intervenção Social), em parceria com a CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e na Empresa), que visa investigar o valor monetário do trabalho doméstico e do cuidado e o estado da assimetria de género neste campo da vida social. No site do CESIS, pode ler-se "O valor anual do trabalho não pago de cuidado e doméstico em Portugal poderá representar entre 40 mil milhões e 78 mil milhões de euros (dependendo da metodologia utilizada)." Mais à frente, lê-se "Independentemente da metodologia adotada, as mulheres serão responsáveis por mais de dois terços do valor monetário do trabalho não pago de cuidado e doméstico." O movimento feminista, sobretudo nas suas correntes marxista, socialista e radical, prestou bastante atenção ao trabalho não pago executado, sobretudo, pelas mulheres, e desenvolveu análises para demonstrar que o capitalismo vive também da exploração deste trabalho, ...

A Participação das Mulheres no 25 de Abril de 1974, no Pragal, por Manuela Tavares

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O livro é de autoria de Manuela Tavares, historiadora e doutorada em Estudos sobre as Mulheres e foi publicado neste ano da graça pandémica, 2021.  A participação das mulheres nos processos políticos tem sido invisibilizada pela adoção de um ponto de vista neutro em relação ao género, resultando em quase desconhecimento ou conhecimentos avulsos e fragmentados sobre a história das mulheres na vida política - quer na I República, quer no período do regime fascista (Ditadura Militar e Estado Novo) quer mesmo no Pós- 25 de Abril.  Manuela Tavares muito tem contribuído para colmatar esta lacuna. Com algumas fotografias da época, incluindo imagens de "autocolantes", a autora descreve, com o rigor que lhe é próprio, cinco grandes áreas da participação das mulheres, na antiga freguesia do Pragal, agora incorporada na União das Freguesias Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, pertencente ao município de Almada.  As cinco áreas são:  - Alfabetização;  - Ocupação de ...