A luta contra o sexismo no desporto

A denúncia do caráter sexista nos equipamentos de andebol de praia vem já de longa data. Fizeram-se cartas às respetivas federações nacional e internacional,  das quais não recebemos nenhuma resposta. Fizeram-se petições online, denúncias nas redes sociais. Mas parecia inamovível. 

É importante dizer que o equipamento consta de um biquini quase "fio dental", e as atletas queixam-se que as filmagens incidem mais sobre os seus corpos do que sobre os movimentos da bola. 

O sexismo vai a tal ponto que o regulamento relativo aos equipamentos explicita que a parte de baixo do biquini não pode "cobrir mais de 10 centímetros da parte superior das pernas". A justificação é para que haja "atratividade" e, daí, mais patrocínios!

Mais claro que isto não pode ser a sexualização dos corpos das atletas. 

Todavia, em 2021, a equipa norueguesa apresentou-se, este ano, no Campeonato Europeu na Bulgária, com um equipamento em que a parte de baixo do biquini é, de longe, bem mais confortável, como qualquer atleta de andebol de praia pode confirmar. 

Segundo notícia do JN de 18 de julho, as atletas terão inicialmente sido ameaçadas de terem de pagar multa de 50 € por jogo/cada, perfazendo um total de quase 5000€, que estavam dispostas a pagar. No entanto, a organização do campeonato, talvez vendo que elas iriam pagar a multa e jogar com equipamento mais confortável, ameaçou-as de desqualificação. 

E elas tiveram de ir buscar os biquinis e jogar nessas condições. 

Não ganharam esta batalha. Mas a polémica instalou-se a nível mundial e as vozes contra semelhante sexismo no desporto têm crescido. 

A luta continua!

27.ago.2021
Maria José Magalhães

 



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