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A Língua das Mariposas - um filme sobre educação e o fascismo como destruidor de uma educação libertária

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Realizado por José Luis Cuerda, em 1999, na Galiza, o filme retrata a realidade social e educativa dos anos 1930, no momento da investida fascista contra os republicanos que desencadeou a Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939). Com algum rigor socio-histórico, podemos aqui reconhecer um pouco do que seria a nossa vizinha Galiza, na época.  Na base da narrativa estão três contos de Manuel Rivas - A Língua das Borboletas , Carmiña e Un Saxo na Néboa.  O filme retrata aquilo que em pedagogia designamos como "educação nova", um movimento que perspetiva a educação na base do diálogo, da relação com a natureza e da descoberta por parte das crianças e de um trabalho de orientação e de cuidado por parte da/o docente. No filme, são apresentados vários dilemas que se colocam ao professor, D. Gregório , que ele resolve, nas circunstâncias objetivas da altura, de forma democrática.  Paralelamente a esta narrativa do trabalho educativo de uma escola que, na altura, era só para meninos, ...

Solidariedade com o Brasil, contra o fascismo - Entrevista a Flávio Carvalho

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A solidariedade internacional tem sido um dos eixos de luta dos movimentos sociais. O Brasil vive um momento de grandes tensões e a expressão pública da nossa solidariedade é fundamental. Aproveitei este momento para uma entrevista a Flávio Carvalho, cientista social e, atualmente, membro da Frente Internacional Brasileira contra o Golpe e Pela Democracia. a)       Sabemos, por algumas notícias que, desde o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff, os avanços conseguidos no combate à pobreza, na promoção da igualdade e de melhor educação e ciência têm sofrido grandes golpes. Qual é o balanço que o Flávio faz destes tempos de desgovernação do Brasil? Sua pergunta me faz recordar que, quando a Dilma esteve em Barcelona, comentamos o receio de chamar Jair Bolsonaro de Fascista. Faz poucos anos. Ainda o tratávamos como “extrema-direita”. Hoje isso acabou. Dizer extrema-direita ao governo brasileiro hoje seria uma operação de limpeza, um retrocesso, uma vacilação....

Vídeo com a apresentação de José Manuel Lopes Cordeiro, do livro Abril, de Domicília Costa

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Quem não assistiu à apresentação, pode visualizar através deste vídeo (cortesia de Rui Santos). Pode ouvir, com calma e introspeção, a excelente apresentação feita por José Manuel Lopes Cordeiro.  O historiador abordou diversos períodos abrangidos pela obra autobiográfica de Domicília Costa, contextualizando a luta antifascista na clandestinidade, complementando com outros factos históricos e com a referência a outras pessoas que também escreveram sobre essa terrível época.  Num momento em que a extrema-direita avança no mundo e também na Europa, conhecer em profundidade o extenso (48 anos) período em que estivemos sob uma ditadura fascista, é fundamental.  Foi um prazer ouvir José Manuel Lopes Cordeiro, pelo que nos ensinou.  E mais uma vez, rever a viagem à clandestinidade que a Domicília nos proporcionou. Atenção, viagem à clandestinidade, mas na segurança que o 25 de Abril nos proporcionou.  Como nos disse José Manuel Lopes Cordeiro, "só estes relatos nos po...

Abril: Vivências na Clandestinidade, por Domicília Costa

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  Haverá perto de trinta anos um dos meus filhos, na época adolescente, sabedor de que eu crescera na clandestinidade e habitara diversas casas, em várias regiões do país, questionou-me sobre a quantidade aproximada de casas em que eu teria vivido antes do 25 de Abril. Não soube dizer-lho: apenas que tinham sido muitas; se vinte ou trinta, não sabia ao certo, nunca as contara... Surpreendeu-se. “Assim tantas? Não será exagero?” E propôs-se contá-las ele, à medida que eu as ia enumerando. Só nos meus primeiros dez anos de existência contámos mais de uma dúzia, ora na região de Lisboa ora na do Porto. Espanto redobrado dele, que desde que nascera sempre vivera na mesma casa. Interrompeu a contagem, desafiando-me: porque não escrevia eu a “minha história” para que ele próprio e o irmão um dia a pudessem ler? Na ocasião achei-lhe grac...