As Hortas Urbanas e seu valor de economia social
A expansão das hortas urbanas na cidade do Porto tem uma história longa que nos remete para os tempos recuados das suas almuinhas e hortas na cidade medieval. Foram sempre um espaço com valor social e económico para as famílias da cidade que viam nelas uma oportunidade para aí colher os produtos agrícolas necessários à mesa das famílias.
Hoje, as hortas aparecem com outros valores, ecologistas e ambientalistas, estéticos e simbólicos, mas não rompem com esse fio original de suporte de economia doméstica. Integram-se nesta dimensão as novas hortas da Escarpa das Fontainhas, criadas por colectivos de jovens activistas, artistas e ambientalistas que procuram nas hortas um espaço de socialização, de interacção e de valorização ambiental. Cultivando os espaços que sobram entre os muros das escarpas, canalizando as águas, murando os terrenos, devolvendo-lhes a biodiversidade física, ambiental e social.
Este movimento urbano em torno das hortas integra-se num movimento mais largo de Direito à Cidade, de Justiça Ambiental e Social. Merecem-nos um cuidado especial porque nele estão incorporados os valores da ecologia urbana e do ecossocialismo, como novo paradigma de vida na polis do século XXI.
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