Reabilitar para resolver com sustentabilidade! A Rua D. Afonso Henriques/Maia e Gondomar.






 

Nos últimos anos tem sido discutidas as crescentes dificuldades de circulação na Rua D. Afonso Henriques que se inicia Areosa e atravessa o Alto de Maia e que integra os Concelhos da Maia e Gondomar.

Esta problemática tem merecido, ao longo dos últimos anos, um conjunto de proclamações e de intenções dos Presidentes das Câmaras da Maia e de Gondomar.

Em 21 de Julho de 2018, por iniciativa conjunta das Câmaras da Maia e de Gondomar, realizou---se a apresentação Pública da Proposta de Operação da Reabilitação Urbana (ARU) sobre a referida rua.

Nessa altura tive oportunidade de reflectir sobre o documento relativamente à reformulação e requalificação da Rua em causa pela sua importância central na circulação automóvel, dos transportes públicos e de quem percorre aquela artéria e, se dirige, do Porto e de outros locais para as freguesias dormitório de Pedrouços, Águas Santas, Rio Tinto e até Ermesinde e em sentido inverso.

As boas intenções e os respectivos planos para melhorar a qualidade do pavimento e a fluidez da circulação nunca passaram do papel. As medidas são urgentes e há aspectos essenciais que devem ser aprofundados e acautelado na intervenção naquela rua.

Procuro aqui, de forma simples e humilde, expressar as minhas opiniões consubstanciadas nas críticas, preocupações, reclamações dos residentes, clientes e comerciantes e dos transeuntes locais e não locais.

É inegável que, face à dinâmica comercial de algumas zonas, à degradação da via e estrangulamento na mobilidade dos transportes públicos e privados, as medidas são efectivamente imperiosas. A perspectiva da intervenção naquela via, de intenso tráfego e de grande extensão, deve ter como objectivo privilegiar o transporte público.

Algumas das ideias da proposta ARU, das Câmaras da Maia e Gondomar, foram bem recebidas e suscitaram alguma esperança que iria avançar a intervenção naquela rua. No entanto, até hoje, não passaram de meras propostas o que define as prioridades das maiorias políticas nas Câmaras da Maia (direita e Gondomar (PS).

Faltam soluções autárquicas alternativas à esquerda que possam ser concretizadas de modo a servir as populações.

Têm de ter em consideração os interesses em causa que assegurem uma via devidamente qualificada e atractiva que garanta a fluidez do trânsito e a segurança dos peões.

Algumas notas soltas, sobre o processo de reformulação da Rua D. Afonso Henriques, partem do pressuposto que apontar soluções para aquela rua, já é um facto positivo, pois, ao longo dos anos, quem reside, circula e desenvolve a sua actividade empresarial tem reclamado providências, sem qualquer resultado.

Relevo, neste espaço de mera opinião, algumas dessa preocupações e sugestões:

- Melhoria, arranjo e restauro de toda a extensão da rua;

- Pintura e sinalização das passadeiras e alargamento adequado dos passeios;

- Replantação de arvores e tratamento das existentes em toda a extensão da via. Relevo que muitas arvores apodreceram e outras foram abatidas sem que as Câmaras tenham efectuado a devida substituição;

- Estudo de implantação  de espaços verdes, nomeadamente, próximos das bombas de gasolina, devido ao significativo tráfego, em particular nas horas de ponta, cujos valores de poluição atingem índices elevados;

- Definição de horários de cargas e descargas que não ponham em causa a fluidez do trânsito, em especial, do transporte público( e o cumprimento dos horários de quem trabalha, estuda ou tem de fazer face a necessidades urgentes da sua vida pessoal e social

- Definição de medidas e soluções alternativas que não ponham em causa os horários dos transportes públicos, não aumentando o tempo da sua circulação, de modo a não dificultar, ainda mais, a vida de quem trabalha, estuda e recorre normalmente ao transporte público;

- Favorecimento do transporte público em detrimento do transporte privado;

- Consagração de um regulamento rigoroso do estacionamento que assegure que a PSP cumpra os seus deveres de fiscalização e devida autuação em caso de infracção ao estacionamento;

Algumas destas matérias, não podendo, pela sua especificidade, ser contempladas na proposta, terão de ser consideradas, cumulativamente, se se pretender resolver os problemas, de longos anos, da qualidade e harmonia da via, em análise, em todas as suas dimensões.

Se assim não for apenas serão remendos que empurram os problemas de fundo na Rua D. Afonso Henriques para um futuro sem solução.

Maia.29.06.2021

António Neto

 

 

 

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