Fábrica de Braço de Prata – Lisboa – 15 Outubro 2022
“UBERIZAÇÃO DO TRABALHO x TRABALHO DIGNO”
Fábrica de Braço de Prata – Lisboa – 15 Outubro 2022
A “Agenda do trabalho digno e Valorização dos jovens no mercado de
trabalho” foi posta a debate na sociedade pelo Governo, e é fundamental que
seja colocado esse mesmo debate no seio dos
trabalhadores, pois, mais do que propagandear pelo trabalho digno, é preciso
que ele efetivamente o seja.
É preciso avaliar se a Proposta de Lei do Governo tende para o “lado da
parte mais fraca na
relação de trabalho” ou não, se avança nos direitos individuais e na dimensão
coletiva, se, pelo
menos, destroika as relações laborais, protege o direito ao emprego com
direitos e combate a
precariedade ou a uberização do trabalho – e só há uma resposta, não
protege!
Impõe-se um “sobressalto” na sociedade, num momento de perdas sucessivas
para os
trabalhadores ao longo de anos, de enfraquecimento dos movimentos laborais e
sindicais, dos
partidos à esquerda do governo de maioria absoluta do PS.
Esse “sobressalto” da sociedade e dos trabalhadores é fundamental num
momento em que vivemos uma guerra na Europa que esperemos que não se transforme
em mundial. Guerra que despoletou uma crise económica com
consequências políticas de cujas dimensões ainda não se tem um verdadeiro
alcance, sendo já bem
real o agravamento da vida dos trabalhadores e dos povos, que é necessário
enfrentar e que exige a
mobilização e a unidade “dos de baixo” para confrontar “os de cima”.
As recentes medidas anunciadas para “minimizar os efeitos da inflação”
confirmam a desvalorização pelo Governo dos trabalhadores e pensionistas. A
recusa em aplicar a “windfall tax” confirma de que lado está o Governo.
A convocação para o próximo dia 15 de outubro, por um conjunto de
sindicalistas e ativistas laborais, do Encontro Nacional de Ativistas Laborais
constitui um contributo para a mobilização social pelos direitos laborais e
pelos salários. Anunciam que nos próximos dias será divulgado um texto que
apela à subscrição de todos/as que se queiram juntar neste objetivo de combate
à enorme transferência de rendimentos do trabalho para o capital, acentuando-se
ainda mais as desigualdades sociais, laborais e de género.
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