Subscrita por mais de 200 militantes de todo o país, a ordem de trabalhos da Mesa Nacional do passado sábado incluiu o debate da moção sobre a convocação da XIII Convenção Nacional (nos termos do art.º 10.º dos Estatutos o agendamento foi obrigatório), apresentada na reunião pelo camarada Luís Gomes.
Subscrita por mais de 200 militantes de todo o país, a ordem de trabalhos
da Mesa Nacional do passado sábado incluiu o debate da moção sobre a
convocação da XIII Convenção Nacional (nos termos do art.º 10.º
dos Estatutos o agendamento foi obrigatório), apresentada na reunião pelo
camarada Luís Gomes.
Intervenção de Luís Gomes:
O ciclo político que atravessámos e que culminou com nova derrota eleitoral
nas recentes Eleições Legislativas exige, no nosso entender, que sejam
retiradas todas as ilações e se promova a construção de um novo rumo político
de reforço do Bloco de forma participada, plural e representativa, de acordo
com os nossos estatutos.
O quadro político alterou-se profundamente. Estamos num contexto de maioria
absoluta do Partido Socialista, em que a recuperação de rendimentos do trabalho
tenderá, mais uma vez, a regredir, com a degradação das condições de vida a
agravar-se para a maioria da população.
Esta maioria absoluta, que não estava nos horizontes e para a qual não nos
preparámos, está a desenhar um caminho que levará à maior transferência de
rendimentos do trabalho para o capital a que já assistimos em Portugal desde o
início deste século.
É preciso enfrentar com novos instrumentos políticos e mobilização social o
ciclo político que já é outro. A infame guerra desencadeada na Europa pela
Federação Russa, que coloca em causa um Estado soberano, está a induzir e a
acelerar mudanças profundas a nível regional e mundial que exigem análise e
novas respostas.
Estamos no meio de uma guerra entre potências por procuração cujo
desenvolvimento comporta o iminente risco do seu alastramento, do apocalipse
nuclear, da mortandade e do desastre ambiental.
Está em marcha o objetivo da redefinição do mapa geoestratégico, o reforço
da NATO com a militarização e a federalização da Europa, tudo à conta da
dramática destruição da Ucrânia que o capital já vê como uma oportunidade.
Encontramo-nos perante
uma nova realidade nacional e internacional. A esquerda precisa de novos
instrumentos de navegação, precisa de redefinir objetivos. Torna-se
imprescindível a convocação da XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda.
Depois de ouvidos os militantes nos plenários concelhios e distritais,
depois da realização da Conferência Nacional, estamos em condições e no momento
para um novo patamar de reflexão e de definição política. Temos essa
responsabilidade, não podemos faltar à chamada.
“O envolvimento da pluralidade de todo o partido neste processo deve
passar, para que seja mobilizador e inspirador, por uma Convenção Nacional,
órgão máximo da democracia bloquista, o único com capacidade estatutária e
democrática para retirar todas as conclusões do ciclo anterior e decidir sobre
o rumo estratégico do Bloco, com a participação de todos/as no debate e na
tomada de decisões”, como é referido na proposta de moção.
A última Convenção
realizou-se para além do prazo estatutário, alegadamente por razões excecionais
originadas pela pandemia. Não há, agora, razões excecionais que impeçam que o
calendário normal anterior à pandemia seja retomado, restabelecendo-se a
legitimidade estatutária.
Os e as mais de duas centenas de subscritoras da moção propõem que esta
Mesa Nacional crie as condições necessárias para que seja convocada a XIII
Convenção Nacional, no mais curto espaço de tempo possível.
[A moção apresentada,
que propôs a realização, logo que possível, da XIII Convenção Nacional, foi
rejeitada sem argumentos políticos pela maioria dos membros da moção A na MN]
CONVERGÊNCIA16 DE MAIO DE
2022
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