Intervenção de Elisa Antunes na 4ª Conferência Nacional do Bloco


 

As intervenções na IV Conferência Nacional que forem enviadas para  convergencia.bloco@gmail.com  com o respetivo texto ou síntese, serão colocadas online e ficarão acessíveis aos/às militantes do Bloco. Todas serão publicadas, independentemente de qual ou quais as propostas em debate a que manifestarem apoio ou posição crítica. A plataforma Convergência – Espaço Ecossocialista está ao serviço do debate democrático e do diálogo no BE.

Transcrevemos de seguida a intervenção de Elisa Antunes.

Intervenção de Elisa Antunes na 4ª Conferência Nacional do Bloco

Ia começar a minha intervenção, com a palavra «camaradas», mas depois de tudo a que assisti aqui, hoje, não consigo fazê-lo. E não posso fazê-lo, porque a maioria de nós, hoje, aqui, deixou bem claro que não somos mais do que um grupo de militantes do mesmo partido político.

Quem ousa pensar de forma diferente é imediatamente ostracizado, perseguido, marginalizado, ofendido, tratado como um inimigo. A ofensa passou a ser uma regra. Perdeu-se o respeito por quem durante tantos anos tem estado, lado a lado com este partido, nas lutas todas. E, reforço, nas lutas todas.

Ser camarada é ser aliado, parceiro. Nós não somos camaradas!

Tinha tanto para dizer, mas escolhi falar sobre um assunto que considero «escandaloso», porque está a acontecer no seio dum partido, em que eu milito há mais de 20 anos, e que se diz de esquerda.

No meu distrito, Porto, despediram um funcionário da distrital para o substituírem por um ex-deputado, que não foi eleito nas últimas eleições legislativas.

Noutro distrito, um funcionário só percebeu que tinha sido despedido porque recebeu uma transferência de valor muito superior ao seu vencimento.

Sobre os outros distritos, nada sei, ouço dizer…

Ao grupo laboral, que, segundo eles, estão sempre ao lado dos trabalhadores, na defesa dos seus direitos e solidários com as suas lutas, eu gostaria de perguntar:

– E agora, não defendem estes trabalhadores?

 – Porquê, porque o patrão é o «vosso» partido?

  – Quem os vai defender?

E termino, com um pequeno excerto do poema de Manuel Alegre, Trova do vento que passa,

[…] Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.

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ESPALHEM A NOTÍCIA...

 


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