COMUNICADO CONVERGÊNCIA - NÃO À AGRESSÃO MILITAR
NÃO AO ENVOLVIMENTO DE TROPAS PORTUGUESAS NO CONFLITO DA UCRÂNIA
A invasão militar da Ucrânia pela Federação Russa é intolerável. A agressão
militar russa tem de ser condenada com veemência por quem considera a paz um
valor fundamental e tem consciência de que a guerra atinge sobretudo os povos,
os trabalhadores, as classes e as pessoas mais vulneráveis. Ao ver um país
invadido por um vizinho poderoso, uma potência imperial, a esquerda coloca-se
ao seu lado em defesa da sua integridade e independência, sem que isso
signifique qualquer identificação com o respetivo governo.
Para combater o aumento das tensões e a guerra na Europa não basta decretar
sanções ao sistema financeiro e aos oligarcas russos. É preciso não
alimentar a disputa pelas zonas de influência, condenar a militarização, a
expansão do cordão de bases da NATO ao longo das fronteiras e defender um
estatuto de neutralidade para a Ucrânia. Não tem sido esse o caminho da
diplomacia da União Europeia, nem a do Governo português. Prometeram a
paz na Europa e oferecem-nos de novo a guerra.
O Conselho Superior de Defesa Nacional, onde participam o Presidente da
República, representantes do Governo e das Forças Armadas, acaba de aprovar a
participação de tropas e meios militares portugueses, no âmbito da NATO, no
conflito da Ucrânia.
A declaração de António Costa, que garantia a não intervenção da NATO e de
Portugal, é desmentida pelos factos. Foram ativadas as forças de reação
rápida da NATO, que incluem participação de militares portugueses, para
intervir, de forma direta ou indireta, com a mobilização de tropas e bases nos
países que circundam a Federação Russa.
Nos acontecimentos na Ucrânia, confrontam-se o governo russo, expressão do
poder de uma mafia de oligarcas, enriquecida na pilhagem da propriedade
estatal, e o governo da Ucrânia, expressão do poder de uma mafia oligárquica
semelhante, apoiado pelo imperialismo americano e a UE por eles armado e
financiado.
O pano de fundo que está a destruir a paz na Europa é a expansão crescente
da máquina de guerra e da despesa militar americana e da NATO, por um lado, e
da Rússia, por outro, a disputa entre interesses ligados ao controlo de
matérias-primas como o gás natural e, sobretudo, a disputa pelo controlo de
áreas de influência europeias. Nenhum dos contendores é mais puro
que o outro, nenhum tem nos seus currículos menos crimes contra os povos do que
o outro.
Em defesa da paz e da segurança dos povos é fundamental estancar a escalada
militar. A esquerda está obrigada a condenar firmemente a aventura militar de
Putin, associada ao insuportável discurso imperial de negação da Ucrânia como
estado independente, e a rejeitar o envolvimento do Governo português nas
manobras político-militares da NATO com o envio de tropas e de meios militares
para aquela região.
A guerra na Europa, para além das consequências militares e de um
abominável ciclo de perdas humanas, afeta duramente as já degradadas condições
de vida dos trabalhadores e dos povos em geral e agrava de forma relevante a
crise ambiental, com riscos acrescidos pelos 15 reatores nucleares ucranianos
em atividade. A retirada de Portugal da NATO é uma exigência em defesa da paz
que se coloca com cada vez maior evidência.
Depois de uma destrutiva pandemia que aumentou as desigualdades e o
empobrecimento, vem aí de novo a crise, agora atrelada aos carros de guerra
imperiais, com escassez de bens essenciais e aumento de preços que vão
determinar mais perda de rendimentos dos trabalhadores, mais exploração e mais
pobreza. A coberto da crise, o discurso da austeridade não tardará.
Não à guerra! Não ao envio de tropas e meios militares portugueses para a
guerra!
CONVERGÊNCIA25 DE FEVEREIRO DE 2022
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