AS LISTAS ABERTAS FAZEM CAMINHO !
Por estes dias, vão ser eleitos os órgãos internos da coligação de Esquerda
‘Barcelona em Comum’ pelo método de lista aberta, num claro exemplo de que é
possível aprofundar a democracia participativa no seio dos movimentos e
partidos políticos.
Não é demais relembrar que a coligação ‘Barcelona em Comum’, formada pelos
partidos políticos ICV, EUiA, Procés Constituent, Podemos e Equo, foi vencedora
das eleições autárquicas de Barcelona em 2015 e 2019, mantendo-se atualmente em
funções. Na campanha de 2019, teve entre os subscritores Noam Chomsky, Tariq
Ali, Jean-Luc Mélenchon, Francisco Louçã, Emir Sader ou Slavoj Zizek.
Uma das bandeiras desta coligação foi, e é, o aprofundamento da democracia,
seja na necessidade de transformar e democratizar radicalmente as instituições.
seja na forma de organização da comunidade, seja ainda na forma de gerir os
processos de decisão internos. A defesa da democracia participativa para a
coligação ‘Barcelona em Comum’, feita por fora e por dentro, é através da prática.
Ada Colau – Barcelona
En Comú
No Bloco de Esquerda têm sido vários os aderentes que se têm levantado pela
defesa do método de lista aberta nos processos de eleições internas. Exemplo
disso foi a proposta apresentada de escolher as listas candidatas à Assembleia
da República, candidatos/as e sua ordenação, através de lista aberta. Certo que
esta proposta, submetida enquanto proposta de alteração aos Estatutos, já tinha
sido apresentada e recusada na XII Convenção Nacional.
A partilha e a cooperação entre todos/as, independentemente da sua
sensibilidade ou tendência, tem de ser a base de um projeto político comum, e
neste quadro as listas abertas, permitiriam a participação livre de todos e
todas, na proposta e nas escolhas internas, aumentando a mobilização e
participação democrática no interior do partido/movimento.
A prevalência do método de lista fechada, restringindo a participação ou
asfixiando a escolha entre listas alternativas (blindadas), fomenta a divisão
do partido, promovendo decisões dicotómicas que aprofundam as perspetivas de
controlo hegemónico, tendentes à implementação de uma gestão centralista.
Ada Colau, no seu primeiro discurso de vitória dizia: “Demonstrámos que
existe outra forma de fazer política. E não tivemos o caminho facilitado.
Difamaram-nos, atacaram-nos, mas com esperança, com vontade, mostrámos que Sim,
podemos”. Por cá não vamos desistir, porque ainda há quem acredite que “Sim,
podemos”.
* Bruno Candeias
CONVERGÊNCIA7 DE DEZEMBRO DE 2021
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