DIA INTERNACIONAL DA ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES - PROTEGER AS VITIMAS RESPONSABILIZAR OS AGRESSORES
As Nações Unidas aprovaram no início do milénio (7 setembro 2000) a Resolução 52/134 que
instituiu o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as
Mulheres que passou a ser assinalado anualmente a 25 de Novembro. Em
2021, e o ano ainda não acabou, já foram assassinadas em Portugal 23 mulheres,
13 das quais vítimas de femicídio (em contexto de relações de intimidade).
Decorreram ainda 50 tentativas de assassinatos de mulheres: 40 tentativas de
femicídios e 10 tentativas de assassinato (Observatório de Mulheres
Assassinadas da UMAR)
O objetivo deste Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as
Mulheres é o de chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para as
graves formas de violência a que as mulheres estão sujeitas, sejam de ordem
física ou psicológica, que acontecem em meio doméstico, no namoro, em locais de
trabalho, escolas ou até na rua.
Conforme é reconhecido pela Convenção de Istambul, a violência contra as
mulheres não são “casos”, trata-se de violência estrutural e baseada no género,
consequência de relações de poder historicamente desiguais, constituindo uma
violação grave dos Direitos Humanos e um entrave na luta pela igualdade e
contra todas as discriminações.
As vítimas não podem deixar de ser protegidas pelos poderes públicos e esta
atitude tem de ser transmitida a toda a sociedade, com uma particular
responsabilidade dos partidos políticos de esquerda que combatem as
desigualdades. Não deve haver “circunstâncias” que coloquem em causa a proteção
das vítimas, desenvolvendo-se todos os esforços para que sejam tomadas medidas
sobre os agressores, combatendo com veemência os habituais argumentos de que “a
culpa é dela”.
O assédio, as violações, os femicídios têm uma expressão transversal na
sociedade patriarcal e marcada pelo machismo, mas é mais vincada nas mulheres
negras, ciganas, migrantes, nas mulheres de menores recursos ou de algum modo
fragilizadas, mulheres trans, lésbicas e bissexuais. De facto, é nas mulheres
mais sujeitas à exploração, excluídas ou discriminadas que a violência se
manifesta com particular incidência e gravidade. É fundamental que esta luta
seja transversal e interseccional. Desde logo, a exigência de uma norma
reguladora que inviabilize a prática da desigualdade salarial entre homens e
mulheres, um evidente elemento que potencia a violência e contribui para a
dependência e vulnerabilidade das mulheres.
Para assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as
Mulheres, a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, a Comissão
para a Cidadania e a Igualdade de Género lançam hoje a campanha #PortugalContraAViolência,
com a colaboração da AMCV – Associação de Mulheres Contra a Violência,
Associação Projeto Criar, Associação Ser Mulher, APAV – Associação Portuguesa
de Apoio à Vítima, Associação Plano I, Associação Portuguesa de Mulheres
Juristas, Coolabora, Cruz Vermelha Portuguesa, Movimento Democrático de
Mulheres, Mulheres Século XXI, UMAR – União das Mulheres Alternativa e Resposta
e Quebrar o Silêncio Associação.
Saúdam-se as iniciativas e os movimentos que convocam ações de luta contra
as origens e a gravidade da violência sobre as mulheres. Também ao nível local,
é necessário garantir uma resposta suficiente de apoio à autonomização de
vítimas de violência doméstica e de género e lutar por planos municipais de
prevenção e combate à violência contra as mulheres, violência doméstica e de
género, com medidas e campanhas robustas e visíveis que os concretizem.
CONVERGÊNCIA25 DE NOVEMBRO
DE 2021
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