FÓRUM ECOSSOCIALISMO 2021_NOTAS SOLTAS
Assisti,
com muito agrado, ao Fórum Ecossocialimo organizado pela Convergência,
realizado no Porto, em 09.10.2021.
Foi
uma iniciativa excelente e motivadora onde se respirou camaradagem. O debate
foi transversal pelas questões apresentadas tendo sido discutidos temas actuais
e se estimulou a compreensão para a necessidade de uma luta mais forte contra o
sistema capitalista. Fez-nos acreditar que vale a pena lutar em espaços, em que
não há exclusão por delito de opinião e se procura
encontrar as melhores respostas para os desafios que o nosso País e a
humanidade estão confrontados.
Os
painéis foram pertinentes e deram
um contributo precioso, nomeadamente, para a formação ideológica sem prejuízo
da necessidade do seu aprofundamento.
Não
pude ouvir a intervenção final do Mário Tomé embora considere importante a leitura
pela sua pertinente reflexão.
Foi
a expressão de que modo se pode formar, debater e unir esforços num ambiente de
fraterna camaradagem que não se ficará por este Fórum.
Ninguém
nesta luta pode ser excluído e ostracizado embora alguns elementos do Bloco de
Esquerda continuem a impedir que muitos possam dar o seu contributo para uma
luta que é e precisa de todos.
Todos
aqueles que estão no espaço “Convergência”, bem como, os que estão afastados
por incompreensões, concepções fechadas de funcionamento e ou razões políticas não poderão continuar a
ser impedidos de dar o seu melhor por uma força política que tem de ser um
instrumento democrático anticapitalista e ecossocialista de transformação e
mudança da sociedade.
Já
tive oportunidade de afirmar que a esquerda tem de se diferenciar pelo
humanismo, sendo a liberdade um bem supremo; a sua defesa tem de estar presente
em todos os actos, procedimentos e práticas. O Bloco de Esquerda tem de
corresponder a este desafio, sem exclusão de camaradas através de meros actos
administrativos, sem direito ao contraditório, apenas porque pequenos poderes
instalados não gostam de serem contrariados ou discutir e reflectir sobre os
diversos caminhos políticos que não colidem, no essencial, com o pensamento
ideológico e objectivos programáticos.
Alguns
sectores do BE não se podem fechar nas suas trincheiras mas ter a capacidade de
fazer pontes comuns de convergência e luta. Há que juntar forças, integrar e
aceitar a adesão daqueles que querem dar todo o seu empenho, dedicação e saber
para o reforço do Partido.
Todas
as respostas políticas terão de ser construídas, independentemente das
correntes e opiniões salutarmente divergentes, na base do diálogo e discussão
profunda para que sejam capazes de unir e convergir.
Senti
que todos os que participaram no Fórum estiveram com vontade de aprender, lutar
e avançar na construção de um projecto mais sólido e de futuro.
Sem
dogmatismos ou respostas definitivas as temáticas abordadas mereceram a atenção
de todos com a consciência da necessidade objectiva de se continuar a
reflectir.
Como
afirmou o Mário Tomé “ O ecossocialimo é a esquerda do presente e do futuro que
luta pela articulação dos combates em defesa de quem trabalha e da salvaguarda
dos equilíbrios ecológicos e ambientais. O ecossocialismo é a superação do modo
de produção capitalista”.
O
ecossocialismo é a resposta à defesa dos direitos ambientais, sociais, laborais
e das minorias.
Temos
de estar sempre onde está a luta! Temos de responder afirmativamente aos
movimentos ambientais, sociais e sindicais sem nenhum sentido de domesticação
ou controleirismo.
No
discurso de aniversário de “The People´s Paper” Karl Marx salientou “ Ao mesmo
ritmo que a humanidade domina a natureza, o homem parece tornar-se escravo de
outros homens ou da própria infâmia”-
No
Fórum foram buriladas muitas das preocupações e análises de Marx, sem respostas
definitivas, soluções mágicas, mas com vontade de debater sem tibiezas e sem
deixar ninguém para trás.
Todos
são precisos para esta luta toda e difícil.
Acredito
que nada será igual e que saberemos rasgar a estrada do ecossocialismo com a
força das ideias e com entrelaçar de vontades.
Obrigado
pela oportunidade. Nunca faltarei à chamada.
14.10.2021
António
Neto
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