Ecossocialismo 2021 - Porto 9 de Outubro
APRESENTAÇÃO
Na atual conjuntura da
globalização capitalista, com as profundas mudanças a nível tecnológico e comunicacional
– mudanças, aliás, nem económica, nem politicamente, neutras –, e com
intensa circulação do capital financeiro, enquanto nova fase do desenvolvimento
do capitalismo, constata-se a exploração desenfreada da natureza,
além de um saldo negativo para a democracia, provocada pela economia neoliberal
e ditadura dos mercados.
Este é o quadro da rutura metabólica, já enunciado por Karl Marx, com
desastrosas consequências a nível das alterações climáticas. Persiste a
exploração capitalista e a opressão de classe, de género e
étnico-racial, formas de exploração e dominação que só serão radicalmente
abolidas com o ecossocialismo.
No caminho deste objetivo estratégico, a mobilização das várias
formas de luta na vida quotidiana de hoje implica vários combates pela
sobrevivência da humanidade, enfrentando a urgência das alterações
climáticas, as batalhas contra as desigualdades socioespaciais e as lutas pela
justiça social e pelo equilíbrio dos sistemas ecológicos.
Estes objetivos reclamam ação coletiva, mobilização das comunidades locais,
rurais e urbanas, bem como a
articulação anticapitalista de movimentos sindicais e sociais (ambientais,
antirracistas, ecofeministas, pelos direitos LGBTQIA+, etc.), a nível
nacional e internacional.
Não se trata de doutrina ou ortodoxia, mas antes uma proposta radical que
aponta a transformação das relações de produção, do aparelho produtivo e do
padrão de consumo dominante. Caracterizado pela diversidade e pluralidade de
perspetivas e pontos de vista, o ecossocialismo baseia-se num novo
sistema social, em rutura com os fundamentos das formas mercantil, industrial e
financeira do capitalismo.
A construção de uma corrente
ecossocialista exige aprofundamento teórico, capacidade de intervenção política
e ação coletiva, força de influência social, condições necessárias para a afirmação de
uma alternativa ao modo de produção capitalista, que restabeleça a ligação
metabólica entre natureza e sociedade. Este é o contributo do Fórum
Ecossocialismo 2021
INSCRIÇÕES - https://ecossocialismo2021.weebly.com/contactos-e-inscriccedilotildees.html
PERÍODO
DA MANHÃ |
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Conferência de abertura
10H30
Painel 1 - Pelo ecossocialismo: Combate às desigualdades de classe e
étnico-raciais
12H30
Pausa para almoço
PERÍODO DA TARDE |
14H00
Videoconferência Michael Löwy
15H30
Painel 2 - Ecofeminismos e justiça social
17H30
Sessão de encerramento
PAINEL 1 - PELO ECOSSOCIALISMO:
COMBATE ÀS DESIGUALDADES DE CLASSE E ÉTNICO-RACIAIS
Até ao
século XVIII, as desigualdades sociais eram assumidas como fenómenos emanados
da vontade divina, ou como simples produto da ordem natural das coisas, sendo,
ainda hoje, assim entendidas nalgumas sociedades. Já nos séculos
XIX e XX foram legitimadas por uma teoria hierárquica da
estratificação social baseada no princípio do mérito.
Com Marx-Engels, e subsequentes teóricos da dependência, do centro-periferia e
decoloniais, as desigualdades de classe, étnico-raciais e de género são
explicadas como produto de uma determinada estrutura social: desigual,
(neo)colonial e capitalista, assente no controlo dos meios de produção e na
dominação de classe e étnico-racial, superáveis na base de determinadas
condições da luta anticapitalista e da perspetiva do ecossocialismo.
As forças antissistémicas devem, a curto e a médio prazo, combater as
derivas racistas e xenófobas, minar a ordem neoliberal, desconstruir a
acomodação socialdemocrata ao neoliberalismo e solidificar ações coletivas
contrahegemónicas ao capitalismo classista, (neo)colonial e imperialista.
A TEMÁTICA
PROPOSTA NESTE PAINEL SUSCITA AS SEGUINTES QUESTÕES:
(i) Em que medida a luta de classes é central?
(ii) Quais as precondições necessárias para o fortalecimento da ação
coletiva interseccional em termos de classe, género e étnico-raciais?
(iii) Em que medida velhas formas de organização sindical devem ser revistas,
articuladas e articuláveis com novas formas organização e luta?
(iv) Que tipo de acordos são necessários, e/ou possíveis, com os partidos de
esquerda e os partidos ditos socialistas?
PAINEL 2 - ECOFEMINISMOS E JUSTIÇA
SOCIAL
O
capitalismo, o patriarcado, a colonialidade e a destruição do planeta estão
intrinsecamente ligados. As
alterações climáticas afetam de forma desproporcional as pessoas e as regiões
que menos têm
contribuído em termos das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). uma visão
clara de como esta situação decorre da interseccionalidade de opressão: classe,
“raça”/etnia, género e espécie, que tem
origem na convergência histórica do patriarcado com a sociedade capitalista. culturais,
socialistas, negros e anticoloniais, desafiadores das várias formas de
repressão, alienação e
dominação. de
intervenção nas lutas feministas, que se articulem com os múltiplos
movimentos emancipatórios contra as discriminações, as violências e em
defesa dos Direitos Humanos. |
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COMO PONTO
DE PARTIDA, LANÇAM-SE ALGUMAS QUESTÕES A DEBATE:
(i) Em que corrente ecofeminista nos situamos?
(ii) Qual o contributo do ecofeminismo na luta anticapitalista e
ecossocialista?
(iii) De que forma as mulheres rurais e camponesas podem ter papel num
ecofeminismo não essencialista?
(iv) Como é que a luta ecofeminista se cruza com a luta das mulheres dos
bairros sociais e dos grupos subalternizados?
(v) A perspetiva ecofeminista contribui para um feminismo negro e para a
anticolonialidade?
(vi) Como construir a luta interseccional entre o ecofeminismo e as lutas
LGBTQIA+?
(vii) De que forma o ecossocialismo feminista pode contribuir para reforçar as
lutas contra as violências de género e contra as mulheres?
ESTE É APENAS UM PONTO
DE PARTIDA, ENVIA OS TEUS CONTRIBUTOS PARA AQUI E
PARTICIPA.
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